
Em setembro de 1966 morria André Breton, o pai-fundador do surrealismo, cujo 1º Manifesto, publicado em 1924, oficializa a existência do movimento. Para muitos, a morte de Breton marca também a morte do surrealismo, embora, de facto, o ideário de um dos mais importantes movimentos de vanguarda do séc. XX não tivesse deixado de existir com este acontecimento. Este livro celebra, de certa maneira, o cinquentenário da morte do surrealismo e, mais ainda, celebra a sua persistência em continuar a existir, como movimento, como ato de criação, como revolução permanente do pensamento. Ao entrar no mundo fascinante (e perigoso) do surrealismo, procura-se aqui desvendar esse conceito, contextualizá-lo e utilizá-lo, na medida do possível, no seu sentido mais estrito. A obra de Luís Buñuel, cineasta e surrealista, é, pois, analisada a partir da sua relação com o movimento francês e com as manifestações poéticas que ocorriam pela mesma altura no seu país de origem, a Espanha. Através da arquitetura do cinema de Buñuel, nomeadamente de seus primeiros filmes, é possível perceber por que ele foi considerado, unanimemente, o verdadeiro representante do cinema surrealista. A sua obra, que é estruturalmente surrealista, constrói-se a partir dos princípios preconizados por Breton e pelo seu grupo. Por sua vez, os seus filmes não são apenas uma encenação das ideias apregoadas nos Manifestos do movimento, mas configuram autênticos poemas audiovisuais. Neste livro pretende-se, também, traçar uma linha entre o que se considera o surrealismo stricto sensu e o denominado espírito surrealista, o qual continuaria a animar a obra de muitos autores, inspirados no cinema de Buñuel e na obra intemporal de André Breton.
Autora: Mirian Tavares
Ano: 2016
Editor: Grácio Editor
ISBN: 978-989-99682-5-7
Nº de Páginas: 164
Versão ebook: PDF
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