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ARETUSA hydro_VOX selecionada para competição do XV Festival Curta Açores 2024


ARETUSA hydro_VOX de Juliana Wexel, investigadora do CIAC, vai ser exibida no dia 4 de novembro, às 20h30, no Teatro Ribeiragrandense, na Ilha de São Miguel, durante a competição do Festival Curta Açores 2024. O festival realiza-se há 11 anos e é o mais antigo dos Açores em atividade. A entrada é gratuita.  

A narrativa audiovisual de ARETUSA hydro_VOX é centrada numa interpretação autoficcional ciberfeminista do mito da ninfa grega Aretusa, narrado pela ninfa do livro V das Metamorfoses, do escritor romano Ovídio, sobre a antiga fonte de água doce na pequena ilha de Ortigia, na Sicília, Itália. Retratada pelos cânones literários e pela cultura popular como uma história de amor entre a ninfa Aretusa e Alfeu, em ARETUSA hydro_VOX, o mito é exposto como tentativa de violação sexual.

O projeto foi desenvolvido com base em uma prática autoetnográfica de Juliana Wexel, bolseira de investigação FCT-CIAC e doutoranda em Média-Arte Digital (DMAD-CIAC), enquanto vivia na ilha de Ortigia, entre os anos de 2022 e 2023.

ARETUSA hydro_VOX tem caráter pós-digital, pois vale-se na tecnologia digital a serviço de um discurso estético artivista contextualizado no movimento vulva art. A narrativa em ARETUSA hydro_VOX privilegia o ponto de vista do feminismo interseccional, onde etnia, classe e gênero são relativizados na interpretação das opressões do patriarcado. Versa sobre a violência simbólica masculina, perpetrada também na literatura canônica desde a antiguidade clássica. Violência que é resultado extremo da apropriação da liberdade, da domesticação do prazer e da violação de “mulheres, deusas e ninfas não tem paz em sua terra, menos ainda em seus corpos” (ARETUSA hydro_VOX, 2024). 

A primeira versão ciberperformativa da narrativa, “Aretusa Vox” e desenvolvida no contexto do projeto CyPeT, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia de Portugal e foi apresentada durante o Simpósio Ciberperformance: práticas artísticas e pedagógicas, marco final do projeto CyPet, em junho de 2023, na Universidade do Algarve, em Faro, Portugal.

ARETUSA hydro_VOX cruza investigação artística da investigadora no âmbito do CyPeT e de experiências teórico-práticas como membro do Writing Urban PlacesO projeto é um dos artefactos computacionais desenvolvidos no contexto da pesquisa de Juliana, circunscrito na tese em curso “Vulva Art e ciberperformatividade: contributos para a compreensão de discursos estéticos feministas em média-arte digital”. O projeto audiovisual contou com a supervisão de Bruno Mendes da Silva e Mirian Tavares, coordenadores do CIAC. Recentemente, ARETUSA hydro_VOX também integrou a categoria vídeo experimental da competição internacional do 28º AVANCA 2024.


Mais detalhes sobre o Festival Curta Açores (aqui


O projeto ARETUSA hydro_VOX é tanto o resultado quanto o processo de desenvolvimento do método CyberPerformanCity, indicado para a criação de projetos e artefatos de intervenção artística que medeiam espaços urbanos e espaços digitais. Acesso a mais informações (aqui).

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