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Biblioteca da UAlg recebe doação de coleção rara de bandas desenhadas
A Biblioteca da UAlg, por intermédio do CIAC, firmou um acordo para receber a doação da coleção “Aurélio Lousada — 100 Anos de Literatura Desenhada”. O espólio bibliográfico de Aurélio Lousada é uma coleção especializada em Literatura Desenhada. Está focada na banda desenhada de artistas portugueses desde a sua génese, na ilustração da literatura de aventuras e caricaturas de finais do século XIX até à década de 1990. A doação está a ser conduzida por Alexandre Lousada (foto), um dos três filhos de Aurélio e herdeiros do espólio.
O acervo reúne um conjunto relevante da história da banda desenhada portuguesa impressa, correlacionada com a ilustração da literatura de aventuras e policial. Este espólio inclui algumas raridades inexistentes na Biblioteca Nacional (nomeadamente fascículos de aventuras ilustrados) e é referenciado em algumas publicações de investigação, assim como colaboração em exposições, das quais se destacam:
Crime e castigo: ilustração na literatura policial portuguesa — Exposição em 2019 na Casa da Cerca em Almada e publicação com o mesmo título por Jorge Silva.
A três vinténs: 100 anos de fascículos de aventuras em Portugal — Exposição em 2018 na Biblioteca Nacional em Lisboa e publicação com o mesmo título por Joel Lima.
Tiotónio: uma vida aos quadradinhos — Publicação por Leonardo de Sá, 2008.
A coleção inclui também algumas publicações icónicas de autores estrangeiros, como a revista O Mickey, de 1935, em grande formato e colorida (a primeira publicação portuguesa da Walt Disney) e a revista O Papagaio, de 1936, em que foi publicada pela primeira vez fora do mundo francófono As Aventuras de Tintin, de Hérgé, também a cores. O espólio, com uma dimensão de cerca de 200 metros de prateleiras, reúne um conjunto de aproximadamente 5.000 títulos de monografias e 20.000 fascículos de periódicos.
Aurélio Rodrigues Lousada (1931–2020) nasceu e cresceu em Leiria. Em 1978, ingressou no Clube Português de Banda Desenhada (desempenhando mais tarde cargos na direção) e em 1987, no Clube Português de Policiários. Começou a colecionar desde os dez anos e foi através do convívio frequente em Lisboa, a partir da década de 1970, com outros colecionadores membros dos clubes, que a sua coleção se desenvolveu substancialmente. Passou a reunir um vasto conjunto de publicações representativo da história da banda desenhada portuguesa e literatura policial, tornando-se deste modo numa referência para investigadores.
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