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Doutoranda Inês Argôlo aprovada com distinção e louvor em defesa de tese


No passado dia 20 de abril, a doutoranda Inês Argôlo defendeu a sua tese de doutoramento intitulada “REJEITORIO…: Videoinstalação interativa acerca do impacto humano recente sobre o Rio São Francisco”, no âmbito do programa de Doutoramento em Média-Arte Digital. A doutoranda foi aprovada com Distinção e Louvor, reconhecimento atribuído pela banca avaliadora ao mérito do trabalho apresentado.

O trabalho de investigação teve como ponto de partida a crescente degradação do rio São Francisco, um dos mais importantes cursos de água do Brasil, que atravessa cinco estados e desempenha um papel vital na sobrevivência de comunidades humanas, fauna e flora da região do semiárido nordestino. A tese procurou refletir, através da criação artística de uma videoinstalação mediada por tecnologia digital, sobre o papel das ações humanas na destruição deste ecossistema, agravado por eventos como o colapso da barragem de Brumadinho (MG), em 2019.

O artefacto artístico criado — com as versões Rejeitorio (2019) e Rejeitorio: A peleja do homem contra o rio (2019–2023) — constitui o eixo central de uma investigação baseada na prática, que alia metodologias qualitativas, bibliográficas e documentais. Este projeto artístico pretende sensibilizar o público para os efeitos devastadores da ação humana sobre o meio ambiente, contribuindo, ao mesmo tempo, para o avanço da investigação na área da Média-Arte Digital.

Um resumo da tese: O rio São Francisco consiste num dos mais importantes do Brasil: passa por cinco estados e fornece água a diversos territórios do semiárido nordestino, assegurando a sobrevivência dos seres humanos, da flora e da fauna. Ao longo do tempo, este rio tem sido constantemente degradado pelas ações humanas, de tal forma que estudiosos vislumbram que se encaminha para o seu inexorável fim.

O resultado dessas atuações era cada vez mais preocupante a longo prazo, mas um evento trágico acelerou o processo de degradação: o rompimento de uma barragem em Brumadinho (MG), no ano de 2019, que contaminou com rejeitos a porção mineira do rio e ameaçou alastrar-se pela parte nordestina. Tristemente, nem todas as pessoas têm sido conscientes do nosso papel devastador sobre o rio. Assim, a pergunta que orientou esta investigação foi: que possível artefacto poderia levar o público a refletir sobre o quanto as ações humanas estão a cooperar para a iminente destruição do rio São Francisco?

Como objetivo geral, propôs-se o desenvolvimento de uma videoinstalação mediada pela tecnologia digital que conduzisse o público à reflexão sobre o impacto da ação humana, particularmente após a catástrofe em Brumadinho. A metodologia adotada foi qualitativa, com recurso à investigação bibliográfica e documental, sendo a principal abordagem a Pesquisa Baseada na Prática. O resultado foi a criação de um artefacto original em duas versões — Rejeitorio (2019) e Rejeitorio: A peleja do homem contra o rio (2019–2023) — cujos significados e contextos são explorados na tese. O trabalho apresenta-se como potencialmente pioneiro na área da Média-Arte Digital, com a esperança de contribuir positivamente para a defesa do rio São Francisco.


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