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Investigadora do CIAC faz duas publicações na revista UMBIGO
Ana Isabel Soares tem dois dos seus textos publicados na revista Umbigo online n.º 3: “Tecnosfera” e “Mar Deserto — Oxímoros para uma ausência”.
Os textos de Ana Isabel relatam as suas experiências e o seu olhar sobre as exposições artísticas que visitou. “O que é, afinal, um oxímoro?” é o seu primeiro texto que será publicado que tem o intuito de abordar a exposição “Mar Deserto — Oxímoros”. A sua visão sobre a obra, num enxerto do texto: “Mar Deserto atua na variabilidade de dimensões. Por um lado, inclui peças sobredimensionadas, como as três de Mouro (é a sua deslocação espacial e funcional que as agiganta, mas o sentido que fazem na exposição passa por esse desvio); por outro, apresenta elementos que quase passam despercebidos, na pequenez ou na subtileza com que se articulam com as vagas de terra e areia — é o caso das Alfarrobas Caiadas de Filipa Tojal (n. 1993), cuja passagem pela Universidade de Artes de Tóquio parece revelar-se na atenção ao mínimo, ao efémero, e abraçar como objetos estéticos os instrumentos da sua fabricação: são, aliás, a peça n.º 1 da exposição os pincéis que construiu a partir de folhas de palma e esparto, e com os quais veio a criar um conjunto de delicados desenhos — ou melhor, testemunhos da relação que a sua mão estabeleceu com os pigmentos da terra, a cal, acrílico e o papel que lhes serve agora de suporte. Os pigmentos são de cal e terra, mas os tons que deles resultam são predominantemente verdes: um outro oxímoro? A cor de terra contém em si a cor do que dela surge, ou daquilo que dela emana (como o mar ou um lago, que já tivessem tido lugar onde hoje se ergue a Serra do Caldeirão).”
“A tecnosfera, segundo Rodrigo Gomes” é o seu segundo texto a ser publicado sobre a exposição: “Tecnosfera”, de Rodrigo Gomes. Mais um enxerto do seu texto: “Textura foi a primeira palavra que me ocorreu ao sair do espaço do Convento de Santo António, em Loulé, depois de visitar a exposição Tecnosfera, de Rodrigo Gomes (n. 1991). É curioso como as ideias se colam ao que se percebe do mundo, através das palavras. Algum magma cerebral as suscita — ou dele alguma coisa as dessoterra. Os vãos do antigo convento, o chão dele e as paredes, ajudam a construir a noção de textura. Mas por que razão sobrevém esta palavra a propósito de uma série de peças geradas no trabalho sobre noções (e práticas) de tecnologia, que habitualmente associo a abstrações, à ausência de concretude, ao não palpável (e, por isso, ao que não permite o toque, o conhecer das texturas)?”
Essas produções de Ana Isabel Soares estarão na terceira edição da revista Umbigo online (edição impressa), que será lançada no dia 7 de outubro de 2024, em Lisboa, e 8 de outubro de 2024, no Palácio Gama Lobo, em Loulé.
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