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“NEGENTROPIA: O Último Homem na Terra Devastada” será apresentado em festival internacional
“NEGENTROPIA: O Último Homem na Terra Devastada”, uma experiência operática pós-techno dirigida por Hugo Paquete, investigador do CIAC, vai ser apresentada pela primeira vez no Centre Court Festival of Sound-Based Arts em Colónia, na Alemanha, no dia 31 de julho, pelas 20h00.
Num universo disruptivo, um último homem, em delírio, contempla os seus restantes dias, procurando uma revelação no seu fôlego terminal. Esta forma extravagante de sobrevivência decorre numa terra radical e árida, repleta de fragmentos colapsados, outrora símbolos da monumentalidade tecnológica, do poder e do progresso civilizacional. Estes elementos, apagados pela erosão do tempo contemporâneo, persistem como poeira cósmica no desejo de sobrevivência do último homem.
A peça foi originalmente desenvolvida em formato site-specific para a cúpula do Planetário do Porto, e será agora adaptada à torre de uma Igreja Luterana na Alemanha. A versão apresentada mantém o seu caráter site-specific e performativo.
No palco, o barítono Rui Baeta, que personifica “o último homem”, será acompanhado pelas manipulações eletrónicas de Hugo Paquete.
Na versão integral do projeto, temos ainda a participação especial de músicos convidados, tais como Cláudio de Pina, Pedro Carvalho e Ianina Khmelik no violino. A obra conta também com uma equipa de atores, performers e geradores de ruído, incluindo Bruno Sousa, Amanda Duda, Alex Alvão, Delrik Borba, Flora Gouveia, Rita Rocha, Rodrigo Guimarães e Leticia Arlandis, que assumem o papel de ecos humanos, evocando memórias de uma humanidade perdida entre o passado e o futuro.
O projeto, que conta com o apoio do CIAC, explora os conceitos de ecologia radical, astronomia, ciência, misticismo e morte, tradições imaginárias e misteriosas para se desvendar os limites do eu perante o abismo. Procura-se, assim, partir do ritual catártico tecnológico, da voz em cena, onde o mito, o transcendente, o primordial e o ritual moldam o pânico e a histeria como conceitos operativos diante do apocalíptico, numa abordagem estética de cruzamentos disciplinares e disruptivos.
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